sábado, 15 de janeiro de 2011

LÁGRIMAS POR GOA

Lágrimas por Goa

Ao recordar o espectro cultural e humano de Goa não posso deixar cair umas sentidas lágrimas pelo destino que os políticos deram a este remoto Reino que tanto foi sublimado, no dizer do nosso máximo poeta.
Para aqueles que apenas leram a história de Goa deveriam deslocar-se a esta terra sagrada a quem Portugal muito deve na expansão da língua e religião por terras do Oriente.
Os monumentos que deixámos atestam que não foi em vão que Afonso de Albuquerque ao tomar Goa aos mouros, o que fez a pedido dum Senhor Hindu.
São dignas duma visita minuciosa as Igrejas da Velha Cidade, e as espalhadas por todo o território, os Fortes,os templos Hindus, as casas com influência portuguesa, em especial o Bairro das Fontainhas em Pangim, etc.
Goa foi um farol de cultura no Oriente, foi pioneira em escolas oficiais e formou um escol de intelectuais que se destacaram por onde passaram.
A Escola Médica, meu Deus quantos médicos deu a África, a todo o Oriente e até a Portugal...
O destino levou-me para esta terra abençoada como militar mas troquei as voltas à vida e passei todo este tempo estudando e convivendo com os jovens da minha idade.
Desde o Instituto do Dr. Matmó, Liceu Afonso de Albuquerque, Escola Nomal Luis de Camões os meus passos buscaram algo mais. Além da cultura ficaram as amizades que duram há mais de 5o anos.
É a amizade que hoje pretendo celebrar pois nunca esqueci os meus amigos deixados em Goa.
Termino com um abraço a todos, lamentando o que aconteceu a Goa, pois os políticos deveriam ter dado ao Estado Português da Índia o honroso destino que merecia e não sofrer o ultraje de ser invadido pela União Indiana.
É muito triste nascer-se português e morrer indiano, dizia-me um velhinho com as lágrimas nos olhos,
Marvila, 15 de Janeiro de 2O11
António Borges da Cunha
Já agora poderá ler "Goa 50 anos depois")Telm: 966467450.

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