segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

É GRATIS ATIRAR PEDRAS AOS VELHOS

Porque me doem as cruzes, a figadeira já não é a mesma e ...e... aí queres ver que me esqueci do que estava a dizer...ah, já me lembro! Porque há razões para isso, só agora vou escrever sobre um assunto que veio à baila há duas semanas. Carlos Peixoto, deputado pela Guarda, deitou crónica no jornal i, onde escreveu:
" A nossa pátria foi contaminada com a já conhecida peste grisalha." E acabou assim: " Se assim não for, envelhecemos e apodrecemos com o País" O resto do texto era sobre não nascerem portugueses suficientes, o que é facto, mas escrito por ângulo insultuoso para os idosos. Daí  as tais duas frases em que aos velhos o deputado colou as seguintes ideias; contaminar, peste e apodrecer. Ele disse e foi silêncio.
Na semana seguinte, Peixoto disse que quem aceita " o casamento homossexual pode também vir a aceitar o casamento entre irmãos, primos directos ou pais e filhos...". Foi um escândalo. Ora num País que já foi governado por D. Maria I, casada com o tio, o que deu com que o seu filho, D. João VI, fosse primo direito dela e sobrinho-neto do pai, D. Pedro III, comparações tão tolas como a de Peixoto deveriam levar ao sorriso. Mas foi um escândalo, porque com a sua tolice Carlos Peixoto indispôs-se com poderoso lobby. Já o insulto `peste dos apodrecidos velhos passou incólume... E Carlos Peixoto apresentar-se-á fresco às próximas eleições, na jovem Guarda, terra de ganapada, maternidades prenhes e liceus à cunha.

Do Diário de Noticias de 25 do corrente. Autor: Ferreira Fernandes

Obs: O que é que este tipo terá feito a seus pais? Tê-los-à levado para a montanha com a manta?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

ERROS DA UNIÃO QUE NÓS PAGAMOS

“A situação a que chegámos não foi uma situação do acaso. A União Europeia financiou durante muitos anos Portugal para Portugal deixar de produzir; não foi só nas pescas, não foi só na agricultura, foi também na indústria, por ex. no textil. Nós fomos financiados para desmantelar o textil porque a Alemana queria (a Alemanha e os outros países como a Alemanha) queriam que abrissemos os nossos mercados ao textil chinês basicamente porque ao abrir os mercados ao textil chinês eles exportavam os teares que produziam, para os chineses produzirem o textil que nós deixávamos de produzir.
E portanto, esta ideia de que em Portugal houve aqui um conjunto de pessoas que resolveram viver dos subsídios e de não trabalhar e que viveram acima das suas possibilidades é uma mentira inaceitável. Nós orientámos os nossos investimentos públicos e privados em função das opções da União Europeia: em função dos fundos comunitários, em função dos subsídios que foram dados e em função do crédito que foi proporcionado. E portanto, houve um comportamento racional dos agentes económicos em função de uma política induzida pela União Europeia. Portanto não é aceitável agora dizer… podemos todos concluir e acho que devemos concluir que errámos, agora eu não aceito que esse erro seja um erro unilateral dos portugueses. Não, esse foi um erro do conjunto da União Europeia e a União Europeia fez essa opção porque a União Europeia entendeu que era altura de acabar com a sua própria indústria e ser simplesmente uma praça financeira. E é isso que estamos a pagar!”


"DA QUADRATURA DO CÍRCULO"
O relatório do FMI não contempla esta situação porquê? Desconhecimento?

SEGURANÇA SOCIAL.....
Convém lêr e relêr para ficar a saber, pois isto é uma coisa que interessa a todos..... A INSUSTENTABILIDADE DA SEGURANÇA SOCIAL

A Segurança Social nasceu da Fusão (Nacionalização) de praticamente todas as Caixas de Previdência existentes, feita pelos
Governos depois do 25 de Abril de 1974.

As Contribuições que entravam nessas Caixas eram das Empresas Privadas (23,75%) e dos seus Empregados (11%).
Mas os Governos não criaram rubricas específicas nos Orçamentos de Estado, para contemplar as necessidades da Segurança Social.

Optaram, isso sim, pelo permanente "assalto" àqueles Fundos.
Cabe aqui recordar que os Governos de Salazar recorreram também a esses Fundos várias vezes para equilibrar a balança de pagamentos anual.

Só que de outra forma: pedia emprestado à Segurança Social e sempre pagou à Segurança Social. É a diferença entre o ditador e os democratas !

Em 1996/97 o 1º Governo Guterres nomeou uma Comissão, com vários especialistas, entre os quais os Profs. Correia de Campos e Boaventura de Sousa Santos, que em 1998, publicam o "Livro Branco da Segurança Social".

Uma das conclusões, que para este efeito importa salientar, diz respeito ao Montante que o Estado em 1996 já devia à Segurança Social, ex-Caixas de Previdência, pelos "saques" que foi fazendo desde 1975.
Pois, esse montante apurado até 31 de Dezembro de 1996 ( após 21 anos de saque) era já de 7.300 Milhões de Contos - na moeda de hoje, cerca de 36.500 Milhões de euros !

De 1996 (mais 16 anos) até hoje, os Governos continuaram a "sacar" dinheiro da Segurança Social sem a reembolsar, já lhe devendo, no total, cerca de 75 biliões de euros.

Faltará criar agora outra Comissão para elaborar o "LIVRO NEGRO DA SEGURANÇA SOCIAL", para, de entre outras rubricas, se apurar também o real montante actualizado daquela dívida, depois dos "saques" que continuaram até hoje.

Mais - desde 2005 o próprio Estado admite Funcionários que descontam 11% para a Segurança Social e não para a CGA e ADSE.

Mas o Estado não desconta, como qualquer Empresa Privada 23,75% para a Segurança Social.
Outra questão se pode colocar ainda:
Se desde 2005, os Funcionários que o Estado admite, descontam para a Segurança Social, como e até quando irá sobreviver a CGA e a ADSE?

Há poucos meses, um conhecido Economista estimou que tal valor, incluindo juros nunca pagos pelo Estado, rondaria os 75.000 Milhões?!

Ou seja, pouco menos do que o Empréstimo da Troika!...

Ainda há dias um advogado, em Portugal, dizia que isto vai parar ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. ( Esperemos para vêr )
Há já um grupo de Juristas a movimentar-se nesse sentido.
Esta síntese é para que os mais jovens, que estão já a ser os mais penalizados com o desemprego, fiquem a saber o que se fez e faz também dos seus descontos e o quanto irão ser também prejudicados, quando chegar a altura de se reformarem!...

Falta falar da CGA dos funcionários públicos, assaltada por políticos sem escrúpulos que dela mamam reformas chorudas sem terem descontado para tal, e sem que o estado tenha reposto os fundos do saque dos últimos 36 anos.
Quem pretender fazer um estudo mais técnico e completo, poderá recorrer ao Google e ao Instituto Nacional de Estatística.
RECEBI E CÁ ESTOU A REENVIAR!!!
Para relembrar:

Sabem que, na bancarrota do final do Século XIX que se seguiu ao ultimato Inglês de 1890, foram tomadas algumas medidas de redução das despesas que ainda não vi, nesta conjuntura, e que passo a citar:

A Casa Real reduziu as suas despesas em 20%; não vi a Presidência da República fazer algo de semelhante.

Os Deputados ficaram sem vencimentos e tinham apenas direito a utilizar gratuitamente os transportes públicos do Estado(na época comboios e navios); também não vi ainda nada de semelhante na actual conjuntura nem nas anteriores do Século XX.

SEM MAIS COMENTÁRIOS...

Mas há mais:
Aqui vai a razão pela qual os países do norte da Europa estão a ficar cansados de subsidiar os países do Sul.

Governo Português:

3 Governos (continente e ilhas)

333 deputados (continente e ilhas)

308 câmaras

4259 freguesias

1770 vereadores

30.000 carros

40.000(?) fundações e associações

500 acessores em Belém

1284 serviços e institutos públicos

Para a Assembleia da República Portuguesa ter um número de deputados "per capita" equivalente à Alemanha, teria de reduzir o seu número em mais de 50%!!!
O POVO PORTUGUÊS NÃO TEM CAPACIDADE PARA CRIAR RIQUEZA SUFICIENTE PARA ALIMENTAR ESTA CORJA...
É POR ESTAS E POR OUTRAS QUE PORTUGAL É O PAÍS DA EUROPA EM QUE SIMULTÂNEAMENTE SE VERIFICAM OS SALÁRIOS MAIS ALTOS A NÍVEL DE GESTORES/ADMINISTRADORES E O SALÁRIO MÍNIMO MAIS BAIXO PARA OS HABITUAIS ESCRAVIZADOS, A ESMAGADORA MAIORIA .
ACORDAI! ESTAS, SIM, É QUE SÃO AS GORDURAS QUE TÊM DE SER ELIMINADAS E NÃO AS QUE O (DES)GOVERNO FALA.
DIVULGA O MÁXIMO POSSÍVEL. REPASSA !
Força com uma acção no Tribunal Internacional. Os governos de Portugal saquearam-nos os descontos e agora ainda nos estão a roubar os ordenados e pensões.
Os deputados não falam nisto, porquê

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

SABER NÃO OCUPA LUGAR?

Já aprovado pela nova Ministra do Saber
Última actualização do dicionário de língua portuguesa - novas entradas:

Arbusto: Busto com um certo ar

Testículo: Texto pequeno
Abismado: Sujeito que caiu de um abismo
Pressupor: Colocar preço em alguma coisa
Biscoito: Fazer sexo duas vezes

Bigode: Duplo Deus britânico
Coitado: Pessoa vítima de coito
Padrão: Padre muito alto
Estouro: Boi que sofreu operação de mudança de sexo
Democracia: Sistema de governo do inferno
Barracão: Proíbe a entrada de caninos
Homossexual: Sabão em pó para lavar as partes íntimas
Ministério: Aparelho de som de dimensões muito reduzidas
Detergente: Acto de prender seres humanos
Eficiência: Estudo das propriedades da letra F
Conversão: Conversa prolongada
Halogéneo: Forma de cumprimentar pessoas muito inteligentes
Piano: Ano Internacional da descoberta de Pi (3,1416)

Expedidor: Mendigo que mudou de classe social
Luz solar: Sapato que emite luz por baixo
Cleptomaníaco: Mania por Eric Clapton
Tripulante: Especialista em salto triplo
Contribuir: Ir para algum lugar com vários índios
Aspirado: Carta de baralho completamente maluca
Assaltante: Um 'A' que salta
Determine: Prender a namorada do Mickey Mouse
Vidente: O que o dentista diz ao paciente
Barbicha: Bar frequentado por gays
Ortográfico: Horta feita com letras
Destilado: do lado contrário a esse
Pornográfico: O mesmo que colocar no desenho
Coordenada: Que não tem cor
Presidiário: Aquele que é preso diariamente
Ratificar: Tornar-se um rato
Violentamente: Viu com lentidão

E

Língua "perteguesa"... PORQUE O SABER NÃO OCUPA LUGAR!

Prontus
Usar o mais possível. É só dar vontade e podemos sempre soltar um 'prontus'! Fica sempre bem.


Númaro
Também com a vertente 'númbaro'. Já está na Assembleia da República uma proposta de lei para se deixar de utilizar a palavra NÚMERO, a qual está em claro desuso. Por mim, acho um bom númaro!

Pitaxio
Aperitivo da classe do 'mindoím'.

Aspergic
Medicamento português que mistura Aspegic com Aspirina

Alevantar
O acto de levantar com convicção, com o ar de 'a mim ninguém me come por parvo!... alevantei-me e fui-me embora!'.


Amandar
O acto de atirar com força: 'O guarda-redes amandou a bola para bem longe'


Assentar
O acto de sentar, só que com muita força, como fosse um tijolo a cair no cimento.

Capom
Tampa de motor de carros que quando se fecha faz POM!

Destrocar
Trocar várias vezes a mesma nota até ficarmos com a mesma.

Disvorciada
Mulher que diz por aí que se vai divorciar.

É assim...
Talvez a maior evolução da língua portuguesa. Termo que não quer dizer nada e não serve para nada. Deve ser colocado no início de qualquer frase.

Entropeçar
Tropeçar duas vezes seguidas.

Êros
Moeda alternativa ao Euro, adoptada por alguns portugueses.
Também conhecida por "aéreos"

Falastes, dissestes...
Articulação na 4.ª pessoa do singular. Ex.: eu falei, tu falaste, ele falou, TU FALASTES...

Fracturação
O resultado da soma do consumo de clientes em qualquer casa comercial. Casa que não fractura... não predura.

Há-des
Verbo 'haver' na 2.ª pessoa do singular: 'Eu hei-de cá vir um dia; tu há-des cá vir um dia...'

Inclusiver
Forma de expressar que percebemos de um assunto. E digo mais: eu inclusiver acho esta palavra muita gira. Também existe a variante 'Inclusivel'


A forma mais prática de articular a palavra MEU e dar um ar afro à língua portuguesa, como 'bué' ou 'maning'. Ex.: Atão mô, tudo bem?

Nha
Assim como Mô, é a forma mais prática de articular a palavra MINHA. Para quê perder tempo, não é? Fica sempre bem dizer 'Nha Mãe' e é uma poupança extraordinária.

Parteleira
Local ideal para guardar os livros de Protuguês do tempo da escola.

Perssunal
O contrário de amador. Muito utilizado por jogadores de futebol. Ex: 'Sou perssunal de futebol'. Dica: deve ser articulada de forma rápida.

Prutugal
País ao lado da Espanha. Não é a Francia.

Quaise
Também é uma palavra muito apreciada pelos nossos pseudo-intelectuais... Ainda não percebi muito bem o quer dizer, mas o problema deve ser meu.

Stander
Local de venda. A forma mais famosa é, sem dúvida, o 'stander' de automóveis. O 'stander' é um dos grandes clássicos do 'português da cromagem'...

Tipo
Juntamente com o 'É assim', faz parte das grandes evoluções da língua portuguesa. Também sem querer dizer nada, e não servindo para nada, pode ser usado quando se quiser, porque nunca está errado, nem certo. É assim... tipo, tás a ver?

Treuze
Palavras para quê? Todos nós conhecemos o númaro treuze.

VEJAM SÓ!...

Assunto: CURIOSIDADES ... TRABALHADORES DO METRO DE LISBOA ... SÃO ESTES OS GREVISTAS !
Estes são os salários da trupe de arregimentados do Metro de Lisboa, que faz greve como quem bebe um café...
Secretária de Administração €3.753,59
Mestre Serralheiro €2.969,30
Maquinista de manobras €2.785,17
Maquinista €2.587,25
Fiscal €2.020,66
Motorista €1.939,09
Agente trafego €1.642,41
Desenhador €1.547,09
Auxiliar €1.476,86
Os maquinistas ainda recebem um subsidioque varia entre 317 e 475,50 euros para abrir e fechar as portas.
Os maquinistas fazem 3 horas por dia de condução.
Os funcionários do metro, à semelhança com o que acontece com os funcionários da Carris e da Transtejo, quando se reformam têm uma pensão que é igual à do último salário recebido no activo;
Quando estão de baixa têm direito a médico ao domicílio e recebem 100% do salário;
Os Maquinistas têm direito a um subsídio por cada quilómetro percorrido, mais 68 euros se não faltar mais de 5 horas e se não faltarem no mês todo mais um prémio de 223 euros;
Os empregados e reformados viajam gratuitamente, assim como os cônjuges, os pais, filhos, enteados e irmãos que os trabalhadores tenham;
Como resultado desta mamadeira, só no ano passado o prejuízo desta empresa pública foi de 390 milhões de euros...
DE QUE É QUE O GOVERNO ESTÁ À ESPERA PARA ACABAR COM O PODER DESTA ARISTOCRACIA 'OPERÁRIA' INSTALADAEM SINDICATOS QUE FAZEM GREVES POR OBEDIÊNCIA PARTIDÁRIA E À CUSTA DO POVO POBRE E DESEMPREGADO?

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

CRIMINOSOS VESTIDOS DE CORDEIROS


Como ganhar dinheiro, a matar pessoas, de forma sustentável.
por José Soares Ferreira
Hahahah hahha (lol em inglês) desculpem, hahah hahah eu já explico hahahaha, desculpem hahahha, ok, eu explico.

Estava eu a fazer investigação, usando os meus binóculos de ver ao perto para este artigo sobre o tema da sustentabilidade e cheguei a uma fórmula mágica, genial e ao título do artigo, pelo que vos vou revelar o meu percurso na construção do artigo.

Sustentabilidade “pode ser definida como a capacidade do ser humano interagir com o mundo, preservando o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras” numa óptica holística, ou seja abrangendo de forma equilibrada as pessoas, a sociedade, a economia e o ambiente, já que estamos todos ligados, todos usamos recursos naturais, animais e pessoas, no nosso passeio fugaz neste planeta.

Dito isto, resolvi, sem malícia, (não) confesso, visitar os sites de duas grandes empresas mundiais, a Apple e o Deutsche Bank (DB).

Não vos vou maçar com transcrições, a que podem aceder, mas qualquer uma delas pugna pela sustentabilidade, pela reciclagem, pela ecologia , pela cultura, pelo apoio social aos excluídos, pela educação e coisas assim. Os textos são tão bonitos que, confesso, fiquei com os olhos marejados de lágrimas e tive que parar de escrever. Pensei que, se estes gigantes internacionais, que estão no topo do mundo moderno e da economia, têm esta atitude, talvez exista esperança para a humanidade.

Eles estão a transferir milhões de euros e dólares para o bem das populações mais desprotegidas e a cuidar do ambiente e são empresas superpremiadas nos seus ramos de actividade, por ex., em 2012 o Deutsche Bank foi eleito, pela terceira vez, Best Global Investment Bank, pela Euromoney.

Mas, (existe sempre um mas), como já tinha arrumado o tema deste artigo, e porque não tenho mais nada que fazer, continuei à procura de mais notícias na internet sobre estes meus novos heróis da cidadania global e (existe sempre um e...) e , dizia eu, descobri (literalmente) uma bomba.

Numa assembleia de accionistas do DB, em Frankfurt, Abril de 2012, foi denunciado que o DB investia em fábricas de minas-anti pessoais de fragmentação, proibidas pela ONU, pela CE e pela Alemanha! Diz a notícia: “ o Deutsche Bank concedeu créditos para a construção de material bélico em vários países como, por exemplo, os EUA. Assim, as empresas de guerra americanas Textron Incorporated, General Dynamics e a Lookheed Martin Corporation, entre outras, receberam financiamento do Deutsche Bank para a construção das proscritas bombas de fragmentação, com os terríveis e conhecidos efeitos mutiladores nas pessoas”.

Vim a constatar que outros bancos também investem em bombas de fragmentação, como o nobre LLoyds Bank inglês e a seguir, após ter falido, ter sido recapitalizado pelo governo, com impostos públicos.

Mal recomposto por esta descoberta, fui comer um pêro e, a propósito, resolvi ir ler o ”Foodwatch-Report de 2011”, relatório duma organização não-governamental, que observa as condições de financiamento, produção e distribuição dos bens alimentares no mundo.

“O relatório expõe, como a pura especulação com o trigo, milho, arroz, óleos, leite e outros bens alimentares nas ‘bolsas de matérias-primas’ - pelo Deutsche Bank, Barclays, Morgan Stanley, UBS e Goldmann & Sachs- tem contribuído para o brutal aumento dos seus preços, tornando-se a alimentação, cada vez mais inacessível para as populações pobres, em grande parte do mundo.

Assim, dois mil milhões de pessoas, sobretudo de África, da Ásia e da América Central gastam já a maior parte do seu rendimento na alimentação. Desnutrição, fome e morte são as consequências mais cruéis do aumento dos preços.”

Confuso, optei por ir ler sobre a Apple e (existe sempre um e...) encontrei uma notícia do The New York Times, de Janeiro de 2012, onde se denuncia as condições de semiescravatura da produção dos ipods e afins na China e onde relata que um alto funcionário da Apple afirmou: “Nós já sabíamos há quatro anos dos abusos de trabalho em algumas fábricas e, mesmo assim, eles ainda estão acontecendo. Porquê? Porque o sistema funciona para nós.”

Um outro dirigente da Apple afirmou que os seus clientes não estavam preocupados com isso, mas com as funcionalidades dos aparelhos.

Existem notícias sobre o trabalho escravo de empresas como a MacDonald’s ou a Zara, neste caso, no Brasil, com imigrantes.

E aí, confesso, comecei a rir, tipo hahahaha (lol em inglês).
Estes factos demonstram, inequivocamente, que é possível ganhar dinheiro matando pessoas, umas devagar, através da escravatura, outras depressa, com bombas e outras mais devagar ainda, pela fome e ser, simultaneamente, considerado uma empresa responsável socialmente.

Parece que, assim, é crime capital mandar baterias de telefone para o lixo, mas não pessoas, não é curioso?

Ou seja, as grandes corporações continuam a saquear recursos do planeta, de forma impiedosa e ao mesmo temo, tentam lavar a sua imagem sob a capa da sustentabilidade e da responsabilidade social e… conseguem!

O que é mais estranho, é que no mundo de hoje qualquer pessoa pode ter acesso a esta informação e, a maioria de nós sabe ler. Mas compreenderemos o que lemos?

Existe um debate sobre a validade da dicotomia lucro/social, em que é assumido que as empresas busquem estritamente o lucro, e o 3º sector, o social, cuida da sociedade.

É um paradigma perigoso, já que assume que as empresas podem destruir o planeta e a vida das pessoas, na busca da maximização do lucro, como se não dependessem desse mesmo planeta e dessas mesmas pessoas, para a formação do valor acrescentado para os seus accionistas.

A questão é que esses danos ambientais e humanos não são contabilizados nos seus balanços, permitindo assim produzir lucros privados astronómicos e deixando os prejuízos para as populações pobres e indefesas.

Se as empresas suportassem os custos da utilização desses recursos, como por exemplo já se faz com o “mercado de carbono”, teriam menos lucros, ou mesmo, seriam insolventes.

A sustentabilidade e a responsabilidade social das empresas, não pode ser uma espécie de máquina de lavar imagens e crimes contra a humanidade; deve ser uma prática absoluta a todos os níveis da sua actividade.

E fica-me a bailar a pergunta: é certo que sabemos ler, mas compreenderemos? E se compreendemos, o que faremos com isso?

“O sistema funciona para nós”?
Já compreendem a fonte da minha alegria ?

José Soares Ferreira é Presidente do Tree Institute, especialista e investigador em comportamento empreendedor e criação de negócios. Jose@tree-institute.org